Hannah Arendt e a banalidade do mal

Nascida na Alemanha, em 14 de outubro de 1906, Hannah Arendt foi uma filósofa de origem judaica. Forçada a fugir da Alemanha em virtude da ascensão e crescimento do nazismo, mudou-se para os Estados Unidos da América, fato que permitiu a sua atividade como professora convidada em diversas universidades. Suas principais obras foram: Eichamnn em Jerusalém, As Origens do Totalitarismo, A Condição Humana, Entre o Passado e o Futuro. Hannah Arendt continuou publicando textos na década de sessenta e faleceu em 04 dezembro de 1975, aos sessenta e nove anos, devido a um ataque cardíaco. Com suas ideias, tornou-se uma das maiores pensadoras do século XX

Hannah Arendt buscava a compreensão da origem do nazismo, a partir das inquietações sobre os regimes totalitários. Ao longo da Segunda Guerra Mundial, inúmeros foram os casos de migração e deportação de judeus. A função do exílio e deslocamento era conduzida por oficiais do partido nazista. Um deles era Karl Adolf Eichmann, responsável por ocupar funções na Seção de Assuntos Judaicos do Departamento de Segurança de Berlim.

Com o fim da guerra e a derrota da Alemanha, alguns funcionários do regime nazista foram perseguidos e acusados ​​dos crimes que cometeram no período da guerra. Muitos deles fugiram com medo do julgamento.

Karl Adolf Eichmann, um dos principais colaboradores de Adolf Hitler, acusado pela morte de inúmeros judeus, fugiu para a Argentina. Ele foi encontrado e levado para Jerusalém, onde foi julgado e condenado à morte.

Hannah Arendt, foi convidada para assistir o julgamento e escrever suas impressões sobre esse indivíduo. Ela aceitou o convite e foi assistir ao julgamento, e todo o conteúdo escrito durante o julgamento deu origem ao livro Eichmann em Jerusalém.

Hannah Arendt chegou à conclusão sobre o mal de Karl Adolf Eichmann: o mal que ele praticava não era um mal demoníaco, mas era um mal constante que fazia parte da rotina dos oficiais nazistas como instrumento de trabalho. Quer dizer, a banalidade do mal é um mal que virou comum de ser praticado.

Durante todo o julgamento, Karl Adolf Eichmann nunca se considerou culpado pelos crimes cometidos e suas justificativas sempre foram as de que apenas cumpria ordens, seguindo as leis vigentes naquele período. Ele sempre dizia que seguia o certo, ou seja, o governo e as leis do Estado alemão, sendo, portanto, inocente.

Hannah Arendt, enfim, demonstrou os dois lados da razão: aquela que possui lógica e reflexão e aquela em que sustenta o bem no próprio indivíduo, a razão que não é favorável para a coletividade, usada por Karl Adolf Eichmann.

Por essa razão que ela acreditava na liberdade do indivíduo para tomar outra decisão: uma decisão fundamentada, advinda de reflexão, uma racionalidade que visa o interesse comum e o bem da coletividade. 

Essa racionalidade, mostraria para todos os requisitos, como deveria ser a compreensão e o conhecimento do ser humano. Como as pessoas deveriam pensar no estudo, na honestidade e na liberdade. Essa forma de pensamento seria uma maneira de combater os regimes totalitários e o mal banal.

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